quinta-feira, 28 de abril de 2011

Paixão

Quando as coisas me interessam, eu vou atrás. Sempre fui desse tipo de pessoa. E eu ando incrivelmente interessada em técnicas de escrita, principalmente de livros. Agora, nem sei se eu vou escrever um livro. É uma coisa que você fala, fala e fala, mas aquele negócio genial, aquele clarão, nunca surge. Vou dizer, adoro escrever, gostaria de fazer disso o meu trabalho, a minha vida, mas não é tão fácil quando se fala, principalmente no Brasil. Vide Eduardo Spohr, por exemplo. Ele ralou muuito para ter aquele livro de fantasia dele publicado, o "A Batalha do Apocalipse" (que, por sinal, está na minha prateleira e será o próximo livro que eu vou ler). Se eu for escrever algo do gênero - o que é bem capaz já que é a minha área preferida - já vi que vai ser um caminho longo pela frente. Por isso, eu pesquiso. Encontrei um site bem interessante, em inglês, chamado Advanced Fiction Writing. Só tem um problema: é americano, temático e travado. Não tem muita vida. Têm métodos, ensina, mas não é algo que inspira, sabe?

Mesmo assim, vou colecionando dicas de blogs, de sites, de autores e de tudo quanto é lugar. Quiçá eu compre livros para escrever, se chegar à esse ponto. Porque algo que eu gosto de fazer, tanto quanto ler, é aprender. Coisas que me interessem, frise. E acumular conhecimento. Para ser um escritor, a coisa mais necessária é ter um conhecimento e, no mínimo, saber passá-lo de modo inteligível ao leitor, seja qual for a sua área. Escrever é um ato que dissemina a mudança; ler é algo que forma opiniões, dá ideias, estimula ou desestimula. Se a pessoa pega um livro de, por exemplo, ficção científica que lida com alguns termos químicos e ela realmente for interessada, ela vai atrás. Se o livro chamar-lhe a atenção, claro. Porque vai ter algo lá nele fazendo com que ela aprenda, busque conhecimento. Em ficção, também.

Quem nunca leu um livro de ação e quis fazer manobras mega fodásticas estilo Kung-Fu? Quem nunca terminou de ler um Harry Potter, ou parou numa cena só pra lançar o feitiço, imitando os movimentos, com hashis ou algo parecido com uma varinha? É essa mágica, essa noção de estar em outro mundo que eu quero passar para alguém algum dia. Esse é o meu objetivo. E, pra isso, eu voui aprendendo. Aprendendo com os amercianos frios, com os alemães que enrolam, com os brasileiros que aquecem. Para depois eu poder juntar tudo e criar o meu mundo. Não precisa ser um Harry Potter, sucesso mundial e febre. Se alguém chegar para mim e falar: "eu li o seu livro e me imaginei lá." serei uma pessoa feliz pro resto da minha vida.

Agora, se eu conseguisse levantar a minha bunda da cadeira e trabalhar de verdade, ou então ter alguma ideia incrivelmente motivadora, eu agredeceria.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Mudança

Sentia aquele familiar nó na garganta, a frustração correndo por suas veias, encobrindo seu bom senso. Algumas lágrimas acumulavam em seus olhos, deixando sua visão turva, contudo ela se recusava sequer a piscar. Não choraria, não na frente deles. De punhos cerrados, fuzilava-os com seu olhar enquanto eles falavam e falavam do novo lugar onde eles morariam agora, da escola que ela e o irmão frequentariam, do trabalho maravilhoso que o pai faria naquele local, do quanto contribuiriam para a aldeia. Seria tudo maravilhoso, um mar de rosas, eles garantiam. "Mas eles não entendem." Pensou a garota, rancorosa. "Não entendem o que é ter de largar tudo a cada quatro anos e ir para lugares completamente sem noção." Ela queria gritar isso; queria mostrar a eles que nada seria maravilhoso, nada seria do jeito que eles acham, porque ela estaria longe de todos, de novo. Recomeçar nunca era fácil e, a cada mudança, um pedaço dela ficava perdido no lugar que deixara. Daqui a pouco estaria mais despedaçada e espalhada pelo mundo do que cinzas jogadas aos ventos, já pensava com humor negro.

Eles finalmente pararam com a lista das coisas magníficas que fariam lá. Eu não quero sair daqui!, quis gritar, quis sair correndo e se acomodar na casa da vizinha e de lá não sair mais a fim de não ter que enfrentar mais todo o drama. - Então, o que acham disso? - A sua visão turva não a impedia de ver o sorriso radiante da mãe nem o brilho excitado nos olhos do pai. Sentiu um aperto no seu coração, então, sabendo que uma palavra e eles largariam tudo em função dela, mesmo que seus dias de felicidade acabassem junto com isso. Porque eles gostavam de viajar, de mudar constantemente. E, por mais que mudar fosse algo que ela odiava mais que tudo no mundo, ela entendia. Sacrifícios tinham que ser feitos, por uma das partes. E ela conseguiria ser feliz no outro lugar, enquanto eles só se sentiriam presos na mesma cidade.

Sorriu apesar das lágrimas, apesar da fúria e da frustração. Ela se sacrificaria porque não seria tão doloroso. - Uma ótima ideia, mãe. - Falou, sem animação alguma. Sacudiu a cabeça algumas vezes, sua mente longe daquilo tudo, de volta nos dias de verão, onde tudo parecia mais simples. "É só mais uma mudança. Sobreviverei como nas outras." Ela tentou se convencer, mas algo em seu âmago dizia que, dessa vez, não seria tão fácil.

Somente horas depois de ter recebido a notícia, sentada na sua janela com as pernas para o lado de fora da casa e o rosto apoiado nas mãos, que ela deixou aquele nó em sua garganta se dissolver na forma de soluços. Todos tinham ido dormir; sofreria em silêncio, como sempre. Não era mais criança de fazer shows para atrair atenção e conseguir o que queria. Tinha aprendido isso há algumas mudanças.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Exercícios

O título desse post não parece muito animador, né? Não sei vocês, mas eu, como uma aluna, sempre que vejo exercícios escrito penso naqueles gigantescos e exageradamente complexos mandados pelos professores de matemática para acabar com a sua tarde e te dar uma dor de cabeça dos infernos. Só ouvir essa palavra junto com matemática ou escola já me dá arrepios. Por sorte, eu escapei dos surtos psicóticos do meu querido professor hoje porque a minha garganta vem me matando. Figurativamente, claro. Mas, voltando ao tópico, não temam, queridos leitores! Não vim aqui para falar de matemática, muito menos de coisas que te deixam traumatizados pelo resto da vida. Pretendo até, quem sabe, criar uma visão alternativa e gostosa de exercícios que é tão mental quanto matemática, porém diversas vezes mais divertidas. Sério! Pois esses tem um tópico que talvez nos interesse mutuamente: a escrita e sua melhoria.

Há algum tempo já, desde que eu comecei a jogar RPGs de fórum seriamente, começei a ter um gosto pela escrita e daí foi um simples passo para a votnade de escrever o livro. Contudo, eu nunca me considero uma boa criadora, muito menos escritora - já me disseram muitas vezes o contrário, mas eu não consigo me convencer disso, também - então eu fui no google para procurar dicas de como escrever bem. Encontrei alguns muitos blogs com postagens sobre o assunto, a maioria deles contendo exercícios e dicas, mas teve um que está na minha mente há séculos e que deu vontade de fazer. Isso é um milagre, na verdade, porque eu sou uma preguiçosa. Talvez por isso vocês nunca verão nada publicado por mim - demora muito tempo e é exaustivo e eu fujo dessas coisas normalmente. Enfim, o exercício é extremamente simples: crie um diário fictício.

Claro, na hora você imagina isso, mas é uma mentira. Escrever nunca foi e nunca será uma tarefa simples; eu me pergunto porque eu não poderia me interessar por história e coisas que já aconteceram e não precisam ser nem explicadas, economizaria muita energia, e. Mas como esse não é o caso, vamos voltar ao diário. Um enunciado de uma linha parece básico, mas esses são os piores. Sempre, não importa a matéria. Pois, veja bem, a criação de um diário implica em muitas coisas. Das principais, a criação de um personagem, de um local e daqueles que o cercam. E vou admitir, criar um personagem é a coisa mais difícil e mais incrivelmente fascinante que eu já fiz na minha vida. Já criei diversos personagens, crianças, adolescentes, adultos, velhos; humanos, bruxos, mestiços; homens e mulheres. Enfim, uma coleção deles, alguns superficiais e só de fachadas, outros que eu conhecia cada movimento, sabia como eles reagiriam às situações corriqueiras ou às situações mais extraordinárias e impossíveis de acontecer, conhecia cada pensamento. De fato, eu era a personagem.

Vocês nunca quiseram ser uma outra pessoa, em outro mundo? Então, é a sua chance! Bom, é o jeito que eu vejo isso... De qualquer jeito, é um projeto que eu pretendo começar e, quem sabe, terminar.